A proposta deste curso é resultado da compilação de estudos, investigações, vivências, cursos e experimentações minhas sobre o tema. Partindo da referência da mãe terra, a mãe primordial, pretende-se em primeiro lugar criar um espaço onde as mulheres resgatem o antigo costume de se reunir e compartilhar seus saberes, dúvidas e soluções para os cuidados com a promoção de sua saúde, tendo como base a prática de yogasanas e algum conhecimento de ayurveda que pude adquirir ao longo destes últimos 11 anos como praticante. Pretende também capacitar as mulheres com ferramentas de auto-cuidado, estimulando-as a tomar suas vidas nas próprias mãos com o refinamento da auto-observação.
Ao criar este ambiente, a intenção é fertilizá-lo com amorosidade, acolhendo as pessoas e levando-as à compreensão de que, pela natureza Shakti, o feminino e seus poderes de criação, nutrição, acolhimento e atenção sutil nas ações é possível desenvolver um refinado índice de observação do corpo e da mente, e curar não somente a si próprio mas o mundo ao seu redor.
Cultivaremos também neste espaço a consciência de que tão importante quanto empodeirar-se e ativar na prática estas habilidades, é a escolha de como usá-las pra fazer bem a si e ao mundo. Basta lembrar que, para conhecer uma pessoa, há que se observar atentamente seus pequenos gestos, pois é neles que se vê coerência com seu propósito essencial.
COMO SURGIU ESTE TRABALHO
Sou filha de educadores físicos, e meu pai mais tarde formou-se também em medicina e especializou-se em fisiatria e reabilitação física, atuando amorosamente neste caminho por toda a sua vida. Os cuidados com a saúde sempre estiveram presentes na família. Desde muito pequena tive dificuldades com meus sistemas reprodutor e urinário e, durante a busca por soluções que me trouxessem bem-estar e desenvolvimento pessoal, encontrei boas respostas na medicina natural, yoga e meditação. Com yoga e ayurveda me curei, me equilibrei emocionalmente, me fortaleci e me confortei quando re-iniciei minha vida. Aprendi a levar a sério os cuidados com corpo/mente, e descobri uma disciplina com certo nível de flexibilidade, que leva à verdadeira liberdade. E principalmente aprendi que não há receita, é preciso auto-observação e auto-estudo constantes, pois nosso mapa pessoal vai mudando o tempo todo. No caso das mulheres, que vivem imensas oscilações hormonais durante seu ciclo mensal, isso torna-se imprescindível. Foi inevitável trocar minha antiga profissão para seguir este caminho de tantas descobertas que me fazem tão bem. E sabendo que no compartilhar o saber se multiplica e frutifica, é agora é inevitável querer compartilhá-lo com os que buscam também melhorar suas vidas.
ONTEM E HOJE
Nossas acestrais que viveram entre 2.500 e 500 a.C. estavam extremamente conectadas com as forças da natureza e eram tidas na sociedade com alto grau de respeito. “Onde as mulheres são respeitadas, ali os Deuses habitam e nutrem-se. Onde elas são deconsideradas, todos os feitos são em vão”, dizia MANU, um dos avôs da humanidade, segundo a mitologia Hindu. Com o tempo, gradualmente a posição da mulher foi se tornando secundária, mesmo ela sustentando importantes responsabilidades sociais como a maternidade, a criação e a nutrição, que podem ser entendidas tanto objetiva quanto subjetivamente. Sua liberdade de expressão e expansão foi sendo limitada, chegando a ser considerada o sexo frágil e perder importância na sociedade. Por volta dos anos 60 e 70 houve no Ocidente uma importante revolução feminina, no intuito de recuperar algum espaço, e como para toda ruptura é preciso um certo grau de agressividade funcional, a mulher, voltada para fora de si e focada na conquista de territórios, distanciou-se de sua essência e dos poderes sutis do feminino.
Hoje, nas escolas de yoga, podemos perceber que a presença feminina é mais frequente que a masculina. Durante e após minhas aulas, costumo chamar à atenção delas sobre a necessidade da auto-observação, a fim de capacitá-las para que pautem sua prática de asanas nas próprias questões físicas e mentais a cada momento, o que aprofunda o auto-conhecimento e, claro, potencializa os efeitos. É perceptível que a maioria tem fome deste tipo de orientação, pois durante décadas de suas vidas estiveram subnutridas da oportunidade de colocar seus próprios saberes ancestrais em prática e refiná-los. Muitas nem sabiam porque é bom seu período menstrual coincidir com a lua nova, muito menos como fazer para alinhá-lo com a mesma, caso ainda não esteja. Outras nem mesmo sabem quando é seu período fértil. A maioria nem imagina que é possível curar sintomas extremamente desconfortáveis de TPM e do próprio período menstrual, bem como tornar seu útero mais vigoroso e nutrido com asanas e algumas simples infusões herbais, que podem chegar até a curar de ovário policístico a endometriose, entre outras disfunções, se praticadas com disciplina. Vejo as alunas se aproximando com os olhos brilhando e sinto mais e mais eco em seus anseios pelo aprendizado do auto-cuidado. O espaço das aulas regulares nunca é suficiente para estas ricas trocas, portanto criei este curso.
PROPOSTA DO CURSO
Aprofundamento sobre cada fase da vida da mulher, estudando potenciais e obstáculos. As participantes são convidadas a falar como se sentem, o que estimula o auto-estudo. A ferramenta usada é prática de Yoga (posturas físicas, respiração, meditação, filosofia). Agregam-se também conhecimentos do Ayurveda. O objetivo é potencializar a prosperidade física e mental da mulher, resgatando seus saberes ancestrais e tornando-os úteis ao dia-a-dia contemporâneo.
Condução das mulheres por uma experiência de percepção e aprendizado sobre seu ciclo mensal, que quando natural (não ditado por hormônios sintéticos), coincide com o ciclo lunar de 28 dias, composto de 4 etapas. Entendendo o que acontece no corpo/mente a cada fase do ciclo, a mulher torna-se melhor capacitada à prática individual em casa e à participação ativa nas aulas de yoga, se as freqüentar. Ela aprende a buscar ajuda e a se cuidar, pois percebe melhor o que precisa. Apodera-se de sua própria saúde, torna-se menos dependente de ajudas externas, que passam a ser acionadas somente quando é necessário algum conhecimento específico. Refinando seu auto-cuidado, passa a cuidar melhor também de seu próximo, que por sua vez pode assim aprender a cuidar de si e de um outro, e assim acreditamos estar melhorando o mundo.
PÚBLICO-ALVO
Indivíduos: jovens e adultos com qualquer idade, que se interessem pela saúde da mulher e por ferramentas de desenvolvimento pessoal pautadas pelo poder do feminino. Praticantes ou não de yoga. Professores. Homens são não só muito bem-vindos, mas sua presença será felicitada. Segundo Geeta Iyengar, é essencial que o homem conheça a natureza feminina. Não só porque ele a tem dentro de si, mas porque todo homem veio de uma mulher, e convive com uma. Seja ela sua esposa, sua filha, sua mãe ou irmã. Este conhecimento traz maior qualidade nos relacionamentos, portanto.
Organizações: empresas, escolas ou grupos de pessoas interessados em investigar, experienciar e potencializar a consciência do feminino e seus poderes de criação, nutrição, cura, acolhimento e criatividade por meio do Yoga.
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