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Índia. As monções já não são tão implacáveis
neste final de julho. Dias e noites com vários períodos de estiagem nos
presenteiam com brisa fresca e cantos de maritacas em Pune, estado de
Maharashtra, centro-oeste do país.
A viagem de dois dias e meio para chegar aqui
de classe econômica passando pela África do Sul foi cansativa mas venturosa.
Sensações e impressões múltiplas, que relato detalhadamente no diário de bordo
com a maior riqueza e pureza possíveis. Tudo é novo, estranho, bom, ruim.
Conforto definitivamente não é a palavra, mas a gratidão pela oportunidade é imensa. Em geral os indianos têm sido muito gentis, mas é
visível que estranham a nós ocidentais. A comunicação em inglês
não é simples, devido ao sotaque. Sempre acham que sou americana ou alemã, e
dizer que sou brasileira até agora me pareceu causar alguma surpresa.
Muita pimenta e especiarias na comida, curry é
o cheiro do ar. Vez em quando incenso também. As cidades são antigas, as
pessoas coloridas. A comida não é fácil. A limpeza não é uma brastemp.
Estou hospedada na mesma rua do Instituto
Iyengar, onde farei neste agosto de 2013 meu mês de práticas e estudos.
Da janela vejo um lago de superfície constantemente encrespada pelo
vento. O som das buzinas impera durante o dia, e de noite vem um pássaro de
canto misterioso parecido com o som amplificado de gotas d'água. De manhã cedo
passam pela porta do hotel estudantes indianos e estrangeiros com seus yogamats
a caminho do Instituto.
Uma garoa fina abençoa a manhã de hoje.
Vou ao Instituto fazer minha inscrição.
Namastê!
Três estudantes indianas a caminho da aula das 7 a.m. no Instituto Iyengar. |