Indian way of resting










    Quinta-feira, 15 de agosto de 2013. Indian Independence day.

Hoje é feriado na Índia toda. Sem aulas, o Instituto não abre. É comemorado como dia da Independência do país. Bonito pra sua  história. Lembra todo o trabalho de quem lutou por isso. No Gandhi memorial li que neste dia 15 de agosto foi o Samadhi de Mahadev, primeiro secretario de Mahatma Gandhi, que durante toda a sua vida batalhou ao lado do mestre pela independência da Índia. Mahadev faleceu de ataque cardíaco em cativeiro, praticamente nos braços de Gandhi, que o considerava mais que um filho. Mahatma lastimou, chamando “Mahadev, Mahadev, Mahadev...” implorando para que abrisse seus olhos somente uma última vez para vê-lo, dizendo que se Mahadev o visse naquele momento não morreria mais. Mahadev nunca mais abriu os olhos. Uma história real e triste, que diz respeito à vida e ao esforço de dedicá-la a uma causa nobre. Mahatma teve uma vida difícil, sem confortos materiais, foi preso diversas vezes como repreensão pelo que fazia, algumas vezes por longos períodos. Foi assassinado pelo mesmo motivo. Ainda podemos falar de todo o staff de pessoas que o cercavam, amorosamente o apoiavam e nunca serão lembradas por seu esforço, que sequer veio a público. Mas este tipo de esforço não se trata de tornar-se público, não é mesmo? Cada um de nós tem o poder de uma formiga, mas todos juntos fazendo o que é certo resulta em absoluta eficiência para uma grande causa. 
Fico pensando no Brasil o tempo todo andando nas ruas poeirentas e sujas de Pune. Não somos tão diferentes assim em alguns aspectos. Muitos dizem que as finanças no país pioraram muito depois da saída da Inglaterra. País de dimensões continentais como o nosso, com o agravante de que, em cada estado, fala-se um dialeto diferente, a Índia não é fácil de administrar. Muita pobreza, enormes contrastes sociais. 
Pra nós praticantes do Yoga a independência, a autonomia são uma busca também. De corpo e alma. Então hoje é dia de descansar, refletir, meditar. Ontem na aula alguém disse ter ouvido Guruji dizer a sua neta Abhijata que neste dia de hoje precisamos nos dar este repouso. Sem trabalho, sem esforço. Um bálsamo. Eis o que fiz de meu dia.