Portal decorado na entrada do Gandhi National Memorial, que fica no Aga Khan Palace. Perto do rio Mula, este palácio foi construído no ano de 1892 pelo Sultão Mohammad Shah Aga Khan III, em Pune. Abrigou Mahatama Gandhi, sua esposa Kasturba Gandhi e seu secretário Mahadev Desai, lá internados de 09 de agosto de 1942 a 6 de Maio de 1944, após o lançamento do movimento Quit India. Kasturba Gandhi e Mahadev Desai morreram durante o seu período de cativeiro no palácio e tiveram ali seus Samadhis. Mahatama Gandhi e Kasturba Gandhi têm seus memoriais localizados no mesmo complexo, que foi doado ao Estado da Índia em 1969. |
Terça-feira, 13 de agosto de 2013. RIMYI . Prashant’s Class . 7h – 9h
Tentarei reproduzir a fala de Prashantiji da aula de
hoje. Tarefa difícil, dada sua pronúncia da língua inglesa. O sotaque indiano é
difícil pra nós ocidentais, e Prashant fala rápido. Partilhando com outros
praticantes presentes neste mês de agosto no Instituto, descubro que não é só
comigo: boa parte nos escapa. Talvez após um ano frequentando as aulas dia após
dia, quem sabe?
Pra quem não escuta com cuidado, parece que nosso
professor está sempre falando a mesma coisa. Grosso modo sim, ele está. Há
alguns dias venho pensando: parece lavagem cerebral. E eis que Prashant hoje
usou este termo ‘lavagem cerebral’, literalmente. Trata-se de um Siddhi?
Prashanti lê nossa mente? Escuta nossos questionamentos internos?
Bem, de fato o que ele quer é a raiz do conceito de Yoga
/ Yoj penetrando em nossas entranhas. Sabe que o que viemos aqui buscar é beber
água da fonte. Prashant está sim se remetendo ao mesmo assunto dia após dia: a essência do Yoga. Com palavras diferentes, metáforas inusitadas,
nuances inexploradas. Sabe que nosso caminho para a evolução é infinito, e que
se seguimos retornando às suas aulas é porque ainda queremos penetrar mais em
nossas camadas. Ele quer nos impregnar deste conceito para que possamos
atravessar a arrebentação das ondas mentais e mergulhar no que vem além.
Percebo então um fenômeno interessante: muitas vezes
quando Prashat está discursando entre um Asana e outro, algo mais forte que
minha vontade acontece: meus olhos vão deixando de focalizar a imagem do
professor que vai ficando embaçada, e o que resta é sua voz. Tento voltar a focar
mas logo meus olhos parecem de novo atravessá-lo ou, porque não dizer, retornar do encontro com o professor diretamente pra dentro de mim. Estão abertos, mas
voltados pra dentro, como se sua voz viesse de minhas profundezas.
Como se fossem ecos de reminiscências. Mágica? Não. Meditação.
Nas palavras do mestre:
“Veja como consegue trabalhar com o sua
mente-corpo-respiração. Veja onde consegue chegar. Quão profunda, quão
abrangente, quão sabiamente você consegue trabalhar. Há alguma compreensão? Há
entendimento profundo? O que vem daí?
Fique na permanência do Asana. Siga no processo. Exale e
vá mais longe. Exale e vá além disso. Exale e faça Uddiyana. Não estou falando
de um Bandha, mas de um Kriya. Asana, uddiyana, respiração, inteligência,
mente. Como você consegue com sua mente-corpo-respiração trabalhar neste Kriya?
O que este Kriya lhe traz? Em que estado coloca sua mente? Como sua mente vê seu corpo? Como seu corpo vê sua respiração? Como sua respiração vê sua mente?
Alguém que alcança proficiência,
não necessariamente alcança maturidade. Proficiência é técnica.
Maturidade está além da técnica, mas inclui a técnica. Como é que você usa seu
laptop? Como Osama Bin Laden usa o Laptop dele? Como cada um usa sua tecnologia
é que faz a diferença. Isto é maturidade.”