Os hormônios regem quase
tudo na vida de uma mulher, por isso conhecê-los intimamente é da ordem do
autoconhecimento. É dar-se conta de seu
impacto nas emoções, na atividade mental, no bem-estar físico, no bom funcionamento
fisiológico.
Situar-se em seus períodos
hormonais é saber, de antemão, que tipo de manifestações psicofísicas podem
surgir, e precaver-se com a atenção na alimentação, nas atividades cotidianas,
nas horas de sono, no tipo de diálogo, de pessoas, e até de decisões que
estamos mais aptas a tomar, de acordo com nossa dinâmica interna, que muda a
cada período do ciclo. Não estamos portanto falando de limitar-se, mas de
organizar-se e tornar-se mais sábia. Igualmente não estou propondo que a vida
gire em torno do ciclo hormonal, já que a experiência humana não é de modo
algum previsível como as fases deste ciclo. O que proponho é, uma vez que as
fases hormonais são razoavelmente previsíveis, que nos reportemos a elas de
acordo com o que necessitamos fazer, para nortearmo-nos a partir de nossa disponibilidade
e competência internas.
Com a prática de Yoga não
deveria ser diferente, até porque Yogasanas, Pranayama e meditação tocam e
mobilizam nosso ser por inteiro, podendo assim corroborar para potencializar as
competências disponíveis em cada fase do ciclo, e também nutrir as demandas de
cada uma delas.
Eis porque este projeto
propõe-se a ensinar às mulheres como enlaçar-se em uma amizade fiel e duradoura
com suas oscilações hormonais, uma vez que estas representam um barômetro de
sua saúde psico-física. Manifestações hormonais são a ponta do iceberg,
indicando-nos o que pode estar se passando em níveis mais profundos. Elas são
sintomas. Das causas é que se ocuparão os Asanas.
Ainda em pequena escala
mas cada vez mais nossa sociedade tem-se dado conta da importância dos cuidados
com a natureza. O ciclo hormonal é parte fundamental da natureza da mulher.
Compreendê-lo e trabalhar COM ele ao invés de CONTRA ele é voltar-se para sua
sabedoria pessoal e nutrí-la, para que se torne desenvolta. A sabedoria pessoal
nada tem a ver com a idade cronológica, mas com a capacidade de conexão
interna.
Não há nesta Terra um ser
sequer que seja igual a outro. Estamos todos vivendo o desafio de compreender
qual é nossa missão em vida, ao que viemos, o que precisamos aprender, como
isto irá contribuir para o mundo e para nossos irmãos e irmãs, e como podemos
realiza-lo. Não há receita para este caminhar, cada um de nós deverá descobrir
o seu. O que temos são algumas ferramentas para nos apoiar nesta jornada, e no
caso das mulheres a prática de Yoga pautada nos ciclos hormonais refina a
escuta interna, aguça nossa intuição, a capacidade de auto-cura e autocuidado.
Vamos à prática?