Publicado
originalmente no site Yoga Pela Paz
em 25 de abril de 2013. Texto e ilustrações: Fabiana Rodrigues Barbosa
Escrevo este texto mergulhada no aroma
do arroz-doce a cozer na panela ao lado. O arroz integral ainda em água fervente
com açúcar e canela. Água em precisa quantidade para que se coza bem macio até
secar. Posso continuar escrevendo, pois em breve o som da água borbulhando deve
tornar-se um pouco mais seco e estalado, me avisando que é hora de desligar o
fogo. Neste momento levanto-me, junto o leite quente e os demais ingredientes,
que cozinham até o ponto cremoso. Usei uma receita, mas mesmo sendo minha
primeira vez não segui à risca. Criei um pouco, intuindo alguns ajustes para
meu próprio paladar e benefício. Volto, sento pra continuar o texto. E me
pergunto: estarei eu me transformando naquele abominável arquétipo multitarefas
ou simplesmente orquestrando e nutrindo o fértil uso de múltiplas habilidades
simultâneas? É sutil a diferença entre as duas atitudes: a primeira
invariavelmente causa sufocamento e angústia, já que algo importante do qual
fica impossível se dar conta estará provavelmente se perdendo no meio de tanto
barulho. A segunda traz o bem-estar das realizações ativas, fluidas e
despertas.
A TOTALIDADE É FÉRTIL
O aparentemente simples cozer do
arroz-doce torna-se complexo quando percebido com mais atenção. Múltiplas
habilidades são ativadas para compor um todo único e harmônico. Memória,
intuição, visão, tato, audição, paladar, entre outras que poderíamos citar ao
infinito. É claro que o resultado do trabalho pode ter ótimo sabor para alguns,
e nem tão agradável a outros, afinalsabor vem de saber,
que em cada ser constitui-se de um jeito específico. De qualquer modo, a partir
de uma experiência prévia, chega-se a uma vívida e nova quando lança-se mão de
uma equilibrada medida entre pulsão criativa e prudência, até que algo potente
consolida sua existência no mundo e vai contagiando positivamente com mais vida
tudo ao redor.
À ideia de totalidade é dado o
nome Brahman, “palavra sânscrita formada a partir da raiz brh:
crescer, expandir. Designa a força vital do universo que habita todas as coisas
[...]”, o poder inerente nas palavras e no ritmo das preces, o poder sagrado
que conferia eficácia aos encantamentos. De acordo com Heinrich Zimmer, ‘Brahman, este
encantamento ou expressão mágica, é a forma cristalizada e congelada da mais
alta energia divina [...], que quando ainda não se precipitou em seu estado
líquido ou etéreo, constitui o poderoso impulso que emerge do inconsciente do
ser humano.’[1] No
hinduísmo posterior, equivale a Shakti: energia, força, poder.”[2]
Ou seja, a força vital – Shakti
– , está implícita em Brahman, mas sem discernimento não é
fértil ainda. Discernimento e força vital devem caminhar juntos para a
totalidade fértil.
FEMININO E MASCULINO
Porém, vivemos há alguns séculos num
mundo em que “feminino e masculino são uma polaridade desequilibrada. Direitos
iguais para os homens nunca foram inspiração para uma marcha de protesto ou
greve de fome. Em nenhum país do mundo, os homens são considerados legalmente
incapazes, como ocorreu com mulheres de várias nações europeias até o século XX
e ainda ocorre em vários países muçulmanos, do Marrocos ao Afeganistão. Nenhum
país deu o direito de voto primeiro às mulheres para só depois concedê-lo aos
homens. Ninguém jamais pensou que os homens fossem o segundo sexo.”[3]
“Os princípios feminino e masculino,
como aspectos duais de uma matriz maior, são qualidades vibratórias da energia
que é neutra e que permeia todo o universo. Ambos necessários para descrever
adequadamente a realidade que conhecemos, são tendências opostas e
complementares, presentes em todos os seres vivos. Todo movimento, toda
expressão, todo comportamento é constituído de uma mescla de ambas as
polaridades, ainda que em proporções diferentes.”[4]
Para identificar estas proporções no
mundo, sobre um movimento expressivo por exemplo, “costuma-se denominar
masculino aquele que tem uma intenção prévia e se mobiliza para alcançar o
objetivo. Se lança para algo que está fora dele. Enquanto o feminino emerge de
uma necessidade interna, tendo por objetivo responder a essa finalidade. É
emergente e vinculado à fonte[...]. Em qualquer situação existe um elemento
receptivo e outro ativo. Qualquer atitude se origina de um pensamento e de um
sentimento.”[5] Por
exemplo, podemos ensaiar que, quando decido preparar um alimento, a ação emerge
de uma necessidade interna: a fome, a autopreservação (princípio feminino
emergente vinculado à fonte). Mas ao escolher a panela de ferro porque cozinha
mais rápido e havia pouco tempo disponível para a tarefa, estava mobilizando meu
intelecto para alcançar o objetivo estabelecido: cozinhar algo em pouco tempo
(mobilização masculina objetiva). Enquanto isso, durante o processo lanço mão
de improvisações que fogem de ditames e receitas externas para servirem
exclusivamente a meu paladar, seguindo apenas um instinto ou palpite: decisão
de quais ingredientes usar ou como temperar (escolhas que emergem de um
impulso/necessidade − princípio feminino emergente vinculado à fonte). Temos
assim, na prática, feminino e masculino totalmente mesclados.
No tantra[6], Shiva e Shakti são,
respectivamente, os princípios de consciência e poder; transcendência estática
e movimento contínuo; inércia e paixão. “O poder, aspecto ativo e imanente da
divindade é chamado de Shakti. Todo e qualquer deus necessita de
sua Shakti ou será incapaz de agir.”[7] Shakti seria
o princípio produtivo simbolicamente feminino, e Shiva a
consciência sem ação.
Portanto, feminino e masculino são uma
dicotomia ilusória [8], já que o
feminino seria a alma e o masculino a consciência, compondo a totalidade
psíquica, e sendo assim inseparáveis em um único todo. A ilusão desta dicotomia
pode ter surgido na humanidade com o pensamento mecanicista, que parte do ponto
de vista da separatividade de partes que compõem o todo. “Quando partimos da
totalidade, contudo, a dualidade é apenas seu desdobramento. Assim, para nos
conectarmos com o absoluto sem polaridade, com ‘fecunda neutralidade’[9], [...] não
precisamos nos tornar andróginos, mas sim participar do eterno jogo lúdico
destas polaridades, jogo que possibilita ao mundo manifesto.”[10]
O par divino Shakti-Shiva,
pode ser abstratamente expresso comoyoni(vulva)-lingam(pênis),
símbolo supremo do princípio vital. Vajra-padmasignifica ‘a joia no
lótus’. E segundo B. Walker, “Vajra pode significar tanto joia quanto diamante,
este último um antigo símbolo para clitóris. ‘O vajra é um símbolo arcaico de
poder, encontrado em coroas de deidades da vegetação e em selos da civilização
do vale do rio Indo.’[11] Vajrasana (ilustração
abaixo) seria o ‘assento de diamante’, estado mítico de união psicossexual com
a Deusa.”[12] Todo
o universo provém de uma união de uma yoni com um lingam.
Até mesmo no Hatha Yoga,
sistema de práticas desenvolvido para o despertar da energia psíquica potencial
humana (Kundalini) por meio do esforço físico, temos essa relação. Hatha, em
sânscrito, literalmente significa esforço extremo. Mas há algo lindo por trás
disso: Ha = Sol e Tha = Lua, o que significa
que este esforço extremo depende da integração das duas forças solar
(masculina) e lunar (feminina), para o despertar da potencialidade humana.
Estamos, portanto, falando de fertilidade, em toda a sua extensiva expressão,
como integração de forças.
A FERTILIDADE FEMININA NA HISTÓRIA
Nas sociedades tribais os rituais tântricos –
cultos e práticas mágicas populares com ensinamentos esotéricos e iniciáticos
–, eram “meios de invocar os aspectos benéficos dos elementos e das divindades,
trazendo segurança para as pessoas. Quando do aniquilamento das formas tribais
de organização e imposição do poder central sacerdotal, o sentimento de estar à
mercê de um deus ou rei todo-poderoso, ou de seus representantes, fez com que
as pessoas do povo se apegassem ainda mais ao culto à Deusa-mãe (a figura da
mãe natural, entendida como potência de vida e, portanto, desta protetora),
associado ao fato de lhes ter sido interditado o acesso aos rituais dos
dominadores [...]. Para escapar à aniquilação total sob a influência dos
sistemas de orientação masculina, o culto à Deusa e seus símbolos submergiram,
levando consigo cerimônias sagradas que até então eram partilhadas por todos,
passando a ser realizadas secretamente, apenas por iniciados [...]. Na Índia e
Bangladesh existem ainda hoje escolas secretas, onde a Deusa e sua yoni (vulva)
são cultuadas, não apenas por seus poderes de fertilidade, mas pelas energias
associadas à menstruação e a sexualidade feminina [...]. Com o tempo, as deusas
silenciadas pelo domínio patriarcal gradualmente foram ressurgindo até que os
elementos míticos de diversas tradições femininas se fundiram na imagem da
grande deusa Maha-Devi (contida no texto Devi-Mahatmya – ‘O texto
da Maravilhosa Essência da Deusa’ –, de 500-600 d.C.”[13]
Shakti primeva é força e fonte de
onde tudo nasceu e teve origem. Este conceito está contido em muitos símbolos
femininos como as águas fluidas, elemento preservador da vida: “água, seiva,
leite e sangue são diferentes formas do mesmo elixir de vida.”[14] A
flor-de-lótus, yoni e mãe do universo, útero da natureza onde
todos os seus elementos estão reunidos: a terra (lodo) como sua sustentação, a
água em que está mergulhada que a mantém viva, as pétalas seriam o ar e sua
fertilidade que ocorre pelo calor do sol. “No broto, flor e semente temos a
trindade virgem-mãe-anciã.”[15]
“Desde o paleolítico, a vulva é
representada como um triângulo (em figuras femininas desenterradas em sítios
arqueológicos), simbolizando a fonte de águas da vida, ou como semente e broto
prenunciando o desabrochar da planta, ou então uma vulva inchada prenunciando o
parto.”[16] “Nas
ilhas britânicas, ela aparece nos pórticos acima das entradas das igrejas e
monastérios como Sheela-na-gig, uma figura que abre suas pernas e
expõe sua vagina como símbolo de passagem para a vida.”[17]
A MULHER, SEU CORPO E SEU CICLO FÉRTIL
Portanto, se segundo o tantra, Shakti é
poder, movimento contínuo, paixão e ação, e se a mulher tem chances de bem
compreender e saber do princípio dos ciclos naturais, nos quais seu próprio
ciclo menstrual se inclui, ela estaria apta a navegar nestes ciclos por toda a
eternidade, para sempre vinculada à natureza inegável?
A cada mudança de estação, período ou
fase, a mulher é lançada a um novo estado de emergência, em que as variáveis já
são diferentes do anterior. Nunca viveremos um período menstrual ou fértil
igual a outro, pois estamos em constante movimento. A cada manhã, ao acordar
nossa pele está diferente, e assim também nosso útero e glândulas. Mas se nos
observarmos, e assim como ao cozer o arroz-doce, intuímos, ou melhor, escutamos
a voz que diz “um pouco mais de açúcar, um pouco mais de afeto”, “mais pimenta
agora”, “não, não, chega, assim está bem”[...]. Temos grandes chances de
acertar, pois esta voz é nada mais do que nós mesmas. É potência pura. Representa
nossos devires, pulsão de vida, e carrega consigo todas as chances de
transformar inércia em vida, gestando um novo ser: nós mesmas em uma refinada
versão.
PARA UM NOVO FILHO
Uma das mais lindas mensagens que Geeta
Iyengar nos deixa em seu Iyengar Yoga for Motherhood (que
considero indispensável leitura para quem pretende gerar um filho, pois ali
encontram-se dicas para o casal desde antes mesmo de haver a concepção até o
pós-parto), além de Yogasanas, Pranayamas e dicas
práticas, é que quem pretende gerar um filho deve se lembrar que absolutamente
tudo o que você pensar, sentir e fizer com seu corpo, sua mente e seu espírito
vai ser herdado por seu filho desde o ventre. Você está o tempo todo criando
herança para a humanidade por meio de sua própria vida. E pensei: os Deuses
estavam mesmo pensando na evolução de nossa espécie quando inventaram o Yoga.
Sua vida será sua herança.
UM YOGA ASANA
Abro o livro Light on Yoga de
BKS Iyengar procurando reler o que ele fala sobre fertilidade. Me deparo logo
com um de meus Yogasanas prediletos:Badhakonasana[18] (ilustração
da abertura deste artigo), que está também indicado no Hatha Yoga
Pradipika (guia clássico sistematizado por Svatmarama Yogendra em
meados do século XIV de nossa era, para a prática avançada do Hatha
Yoga) como uma das quatro posturas mais importantes, entre as oitenta e
quatro deixadas como legado pelo próprio Senhor Shiva, que teria
criado o Yoga e o ensinado a sua esposa Parvati, para que juntos
compartilhassem a jornada de suas existências tendo este sistema de práticas
como instrumento.
Segundo o Hatha Yoga Pradipika, Badhakonasana cura
todas as doenças e elimina o cansaço. Segundo BKS Iyengar, este Asana “mantém
os ovários, os rins e a próstata tonificados, nutridos e saudáveis; trata
distúrbios urinários e ovarianos; reduz dor ciática; previne hérnia; alivia
peso e dor nos testículos; corrige menstruação irregular e muito pesada; alivia
dor menstrual; e até ajuda a desobstruir as trompas de falópio obstruídas!
Melhora o fluxo sanguíneo para o abdômen, a pelve e toda a articulação do
quadril. Está recomendado no livro do Dr. Grantly Dick Reed chamado Parto
sem medo.”[19] Segundo
Geeta Iyengar, o Asana “está no topo da lista para gestantes!
Elas sentirão liberdade para o sistema respiratório, muito menos dor durante o
trabalho de parto e estarão livres de varizes se praticarem a postura todos os
dias por alguns minutos. Ele tonifica os músculos do assoalho pélvico, alivia
dor nas costas. Reduz a tensão na pele e nos músculos abdominais, o que causa
estiramento e comichão. Corrige a pressão do útero nas veias largas da pelve,
que causa obstrução da circulação e resulta em retenção hídrica. As pernas se
abrem como pétalas de uma flor-de-lótus, dando liberdade aos músculos do
assoalho pélvico. Alivia compressão na vagina, ânus e parte baixa da coluna
vertebral. Ajuda a eliminar desconforto, ardência, irritação, coceira ou
corrimento vaginal.Badhakonasana pode ser praticado a qualquer
momento do dia, inclusive após uma refeição, pois auxilia a digestão.”[20] Cuidado:
não o pratique se você tiver prolapso de útero.
FABIANA RODRIGUES é professora de Yoga
formada no método Iyengar por Kalidas Nuyken e Sandro Bosco. Estudou
biopsicologia com Dra. Susan Andrews (EUA). Site: www.mokshayogasaopaulo.com.
Blog: fabirodriguesyoga.blogspot.com.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[2] VON KOSS, M. A totalidade e seu
desdobramento. In Feminino + Masculino – uma nova coreografia para a
eterna dança das polaridades. São Paulo: Escrituras, 2000. P. 19-36.
[3] Sonntag, S. Mulheres. In Folha
de São Paulo. Caderno 2. P. D9. 8 de janeiro de 2000. Tradução e edição de
texto de Ruth Helena Bellinghini.
[4] VON KOSS, M. Feminino e masculino:
uma dicotomia ilusória. In Feminino + Masculino – uma nova coreografia
para a eterna dança das polaridades. São Paulo: Escrituras, 2000. P. 209.
[5] VON KOSS, M. Feminino e masculino:
uma dicotomia ilusória. In Feminino + Masculino – uma nova coreografia
para a eterna dança das polaridades. São Paulo: Escrituras, 2000. P. 210.
[6] “O Hatha Yoga tem
suas raízes na Índia antiga, mas ganhou muita força no período medieval
(séculos IX a XVI)… O período em que ele surgiu coincide com um momento muito
especial em que os adeptos do Tantra apresentaram a uma Índia
pasmada e acomodada no ritualismo bramânico uma visão revolucionária e dinâmica
do universo e do Homem. Para os tântricos o corpo não é mais causa de pecado e
perdição, mas veículo para a transcendência e a realização da natureza divinal
do Homem”. KUPFER, P. Introdução. In YOGENDRA, Svatmarama. Hatha
Yoga Pradipika. Florianópolis: Dharma, 2002. P. 7-12.
[7] VON KOSS, M. Tantra e a polaridade
sexual divina. In Feminino + Masculino – uma nova coreografia para a
eterna dança das polaridades. São Paulo: Escrituras, 2000. P. 44.
[8] VON KOSS, M. Feminino +
Masculino – uma nova coreografia para a eterna dança das polaridades. São
Paulo: Escrituras, 2000.
[10] VON KOSS, M. Tantra e a polaridade
sexual divina. In Feminino + Masculino – uma nova coreografia para a
eterna dança das polaridades. São Paulo: Escrituras, 2000. P. 45.
[12] WALKER, B. Vajra. In Woman’s
Encyclopedia of Myths and Secrets. San Francisco: Harper, 1983. P.1037.
[13] VON KOSS, M.. Tantra e a
polaridade sexual divina. In Feminino + Masculino – uma nova
coreografia para a eterna dança das polaridades. São Paulo: Escrituras,
2000. P. 37-60.
[14] WALKER, B. Menstrual blood. In Woman’s
Encyclopedia of Myths and Secrets. San Francisco: Harper, 1983. P. 637.
[15] VON KOSS, M. Tantra e a polaridade
sexual divina. In Feminino + Masculino – uma nova coreografia para a
eterna dança das polaridades. São Paulo: Escrituras, 2000. P. 40.
[17] VON KOSS, M. Tantra e a polaridade
sexual divina. In Feminino + Masculino – uma nova coreografia para a
eterna dança das polaridades. São Paulo: Escrituras, 2000. P. 41.
[18] IYENGAR, BKS. Yogasana, Bandha and
Kriya. In Light on Yoga. New York: Schocken Books, 1979. P.
128-129.
[19] IYENGAR, BKS. Asanas for you:
sitting asanas. In Yoga, the path to holistic health. London:
Dorling Kindersley, 2001. P. 108-109.
[20] IYENGAR, G.S.; KELLER, R.;
KHATTAB, K. Detailed descriptions of asanas for all studentes: Badhakonasana.
In Iyengar Yoga for Motherhood – Safe practice for expectante and new
mothers. New York: Sterling Publishing Co., 2010. P. 67-69.