 Completamente fora de foco. É como fica nossa percepção quando mergulhada
em grande intensidade, e beiramos a sensação de perda do chão, da ‘propriedade’
sobre nós mesmos. Não que seja essencial permanecer com foco o tempo todo, até
porque é bom desfocar às vezes para relativizar questões. Também não estou
certa de que temos de fato total propriedade sobre nós mesmos, afinal por
natureza somos mutantes, e nada está de todo dado. Mas quando a ausência de
foco é completa por muito tempo, é hora de diminuir o ritmo até sentirmos algum
conforto, algum assento. Reduzir as atividades ao essencial. Você sabe.
Completamente fora de foco. É como fica nossa percepção quando mergulhada
em grande intensidade, e beiramos a sensação de perda do chão, da ‘propriedade’
sobre nós mesmos. Não que seja essencial permanecer com foco o tempo todo, até
porque é bom desfocar às vezes para relativizar questões. Também não estou
certa de que temos de fato total propriedade sobre nós mesmos, afinal por
natureza somos mutantes, e nada está de todo dado. Mas quando a ausência de
foco é completa por muito tempo, é hora de diminuir o ritmo até sentirmos algum
conforto, algum assento. Reduzir as atividades ao essencial. Você sabe. 
Por toda a vida teremos a sensação de que não sabemos nada quando
tentamos saber pela ‘cabeça’ e não pelo ‘coração’. Quando fazemos força para
reter conhecimento. Saber tem a ver com sabor. É preciso saborear o saber. 
Ao lembramos de praticar Asanas
com o coração, sentindo e ouvindo o corpo, deixando o que já sabemos emergir,
além de percebermos que já sabemos algo, desfrutamos mais das nossas ações,
porque estamos sentindo, saboreando, verdadeiramente vivendo. E assim, teremos
espaço para dar conta com mais clareza do que ainda não sabemos, de onde falta
luz, onde falta saborear, saber. Daí  poderemos nos guiar para buscar legitimamente. 
Então
a prática de Yogasana se torna um
saboroso treino na vida: para saber o que fazer com o corpo no Asana, relaxo as têmporas e vou na
temperança. Pode ficar tudo sem foco num primeiro momento. Como na foto acima. Mas exalo lenta, suave e
profundamente, me deixo esvaziar de minhas certezas, depois inspiro lenta,
suave e profundamente também, me encho de coragem, e com um sorriso interno de
acolhimento ao meu esforço, tudo fica muito mais prazeroso. 
 
